Estamos
acostumados com a guerra publicitária entre as cervejarias, lojas de
eletrodomésticos, montadoras de automóveis, sabão em pó. Em meio a essas
tradicionais disputas de mercado, surge um novo filão, o dos energéticos. Há
pouco conhecíamos apenas a marca “que nos dá asas”, porém percebe-se que na
mesma proporção em que se aumenta o consumo, também cresce o número de opções
de marcas disponíveis nas gôndolas de supermercado e freezers de bares.
Os energéticos tem como componente
principal a cafeína, que estimula o sistema nervoso central. Ao chegar no
córtex cerebral, a cafeína inibe a ação dos neurotransmissores, especialmente o
do sono, diminuindo a frequência cardíaca, entre outras coisas.
Os fabricantes incutem nos
consumidores a ideia de que ao se tomar a bebida, o organismo ganha mais
disposição e energia, ficando livre da fadiga e pronto para o que der e vier.
Essa jogada de marketing funciona, pois a maioria das pessoas gostaria de ter
pique suficiente para trabalhar por longos períodos sem precisar descansar;
também suportar noitadas e mais noitadas nos bares e baladas, podendo beber e
azarar a vontade.
Um público diversificado costuma
fazer uso de energéticos, para diversos fins. Há aqueles que utilizam para
poder trabalhar por mais tempo sem a necessidade de pausar, como caminhoneiros,
taxistas, médicos entre outros profissionais. Há ainda aqueles que bebem os
famosos “energy drinks” para poderem aproveitar as opções da noite até o último
limite, podendo dançar, paquerar e se divertir com os amigos sem demonstrar
sinais de cansaço.
Um problema verificado é quando se
mistura energético com bebidas alcoólicas, fazendo com que o indivíduo consuma
mais álcool do que o normal, pois o sabor fica mais atrativo e quando se dá
conta já está com uma concentração exorbitante da substância na corrente
sanguínea.
Devido
à alta concentração de gás carbônico existente na fórmula do produto, com o uso
contínuo pode provocar sérios problemas estomacais, cardíacos, entretanto o
mais preocupante é o fato de que os energéticos podem causar dependência, pois
chega-se a um ponto em que o cérebro acostuma-se com a bebida, consequentemente
ficará estafado caso não receba doses do mesmo em intervalos regulares.
Segundo profissionais de saúde, o
uso de energéticos consiste em um ato de consumir algo para fazer parte de um
grupo, a princípio, porém pode viciar, por tratar-se de uma droga e sendo
lícita facilita a compra por qualquer pessoa. Ainda, segundo eles, a combinação
de álcool+energético é preocupante. Os consumidores do produto, dizem que
gostam da bebida por possuir um sabor agradável e lhes propiciar mais
disposição em suas atividades, não consideram uma droga.
Cada um tem o livre arbítrio para decidir
sobre seu corpo, porém será que adianta ingerir algo que proporcionará a falsa
impressão de que somos super-homens? Quando na verdade não passaremos de
super-homens de mentirinha?